Nem só de medalhas, recordes, vitórias e derrotas vive uma competição como os Jogos Pan-Americanos. Em Toronto, atletas brasileiros foram protagonistas de algumas polêmicas. Os casos vão de doping a sexismo, passando por decisões polêmicas de arbitragem e até um caso de acusação de estupro. Listamos aqui cinco destas polêmicas vividas por brasileiros na competição que terminou no domingo (26).
A continência dos atletas patrocinados pelas Forças Armadas
Exército, Marinha e Aeronáutica subiram várias vezes no pódio em Toronto. Entenda-se: são atletas contratados pelas Forças Armadas, que recebem pagamento e se tornaram militares. No pódio, vários deles, porém, decidiram prestar continência. Um claro gesto político que deveria ser proibido, conforme regras do Comitê Olímpico Internacional. O militar de mais alta patente, o tenente-coronel Júlio Almeida, não prestou continência e explicou em seguida que ela não é necessária em uma competição civil.
Thiago Simon presta continência após receber ouro nos 200 metros peito (Foto: Damien Meyer/AFP)
Ingrid, a saltadora que não aceitou ~elogios~ e rótulo de musa
A notícia ganhou enorme dimensão dias antes do Pan: Ingrid Oliveira, promissora saltadora de 19 anos, recebeu comentários ofensivos no Instagram por causa de uma foto em que aparecia de maiô, o mesmo que ela e suas colegas usam para competir. Apagou um a um e recusou os “elogios” feitos. Uma boa parte da mídia lhe colocou na testa o rótulo de “musa” e na estreia ela, talvez abalada, chegou a cair de costas na água. Reagiu e, na disputa em duplas, conseguiu uma prata ao lado de Giovanna Pedroso, à frente das mexicanas que foram medalhistas olímpicas.
Ingrid: revolta contra sexismo e volta por cima (Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)
O primeiro doping americano brasileiro
Na onda de contratações de atletas estrangeiros, agora adotada também pelo Brasil, uma das naturalizações foi de Patrick Mendes, levantador de peso nascido nos Estados Unidos. A ideia, verdade, não deu muito certo: o americano, que já tinha um caso de doping na carreira, repetiu a dose e tornou-se o primeiro caso de atleta “brasileiro” que teve resultado positivo em exame antidoping na história dos Jogos Pan-Americanos.
Patrick Mendes: Brasil ‘contratou’ um caso de doping (Foto: Divulgação/COB)
O goleiro do polo aquático acusado de estupro
Thye Mattos já tinha saído do Canadá quando a Justiça do país pediu prisão do goleiro da seleção de polo aquático. O jogador deixou o time, que estava em Kazan, na Rússia, para a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos, e voltou ao Rio, onde não falou com a imprensa – já havia afirmado que houve sexo, mas consensual. O caso ainda tem mais perguntas que respostas. Marcus Vinicius Freire, superintendente do Comitê Olímpico Brasileiro, disse que se Thye fosse seu filho, nunca mais o levaria para o Canadá.
Thye Mattos, acusado de abuso sexual (Foto: Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)
A desclassificação de Thiago Pereira
Na prova em que se tornaria o maior medalhista da história dos Jogos Pan-Americanos, Thiago Pereira perdeu o ouro nos 400 metros medley após desclassificação porque não teria batido na borda com as duas mãos na virada do nado peito para o costas. Não foi a única polêmica envolvendo marcações nas provas de natação em Toronto. Bruno Fratus e Nicholas Santos foram prejudicados por uma largada apressada nos 50 metros livre e apenas Fratus conseguiu avançar à final da prova.
Thiago Pereira: desclassificação polêmica (Foto: Sergio Dutti/Exemplus/COB)
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