| Dilma em coletiva: Lula não terá superporderes |
A presidenta Dilma Rousseff defendeu na tarde desta quarta-feira 16 a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para chefiar a Casa Civil de seu governo, informação divulgada pela manhã. De acordo com Dilma, Lula é um "hábil articulador" que "fortalece" o seu governo.
“Há seis anos vocês [jornalistas] tentam me separar do Lula, mas minha relação com ele é uma sólida relação de quem constrói um projeto junto", afirmou Dilma em uma rara entrevista coletiva. A presidenta rechaçou as críticas de que Lula terá superpoderes e vai administrar o País em seu lugar. "[Lula terá] os poderes necessários para nos ajudar, para ajudar o Brasil", disse. "Tudo o que ele puder fazer para ajudar o Brasil será feito", afirmou ela, destacando o "conhecimento sobre o País" e a "visão estratégica" do antecessor.
Dilma afirmou que a decisão sobre a nomeação de Lula estava tomada na noite de terça-feira 15, mas só foi anunciada nesta quarta-feira por conta de detalhes que deveriam ser acertados. Segundo Dilma, Lula tinha dúvidas sobre como a notícia poderia ser usada pela oposição. Para a presidenta, Lula fortalece seu governo, algo que "alguns não gostariam que acontecesse".
Os temores de Lula diziam respeito à possibilidade de sua nomeação ser vista como uma "fuga" das garras de Sergio Moro, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba responsável pela Operação Lava Jato e que tem fama de implacável. Agora, como ministro, Lula terá o chamado foro privilegiado e seu caso na Lava Jato ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal. De acordo com Dilma, seria um desrespeito como o STF duvidar da capacidade da corte de realizar um julgamento justo.
Economia
Dilma negou que a entrada de Lula provocará uma reforma ministerial para acomodar seus aliados. Segundo ela, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não apenas não estão de saída do governo como "estão mais dentro do que nunca".
Além de negar a mudança da equipe econômica, Dilma afastou a possibilidade de o governo usar as reservas em moeda estrangeira para reativar a economia. Segundo ela, isso não passava de "especulação".
Segundo disse Dilma, Lula ajudará seu governo a trilhar o caminho da "retomada do crescimento, do controle fiscal e do controle da inflação".
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