Portão para o inferno

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Portão para o inferno

Em julho de 1937, o regime nazista abriu um campo de concentração nos arredores de Weimar, no leste da Alemanha, transportando para lá prisioneiros de toda a Europa. O lugar foi prisão para um total de 250 mil pessoas até 1945. Este portão era a entrada para um mundo de horror.
Transporte de prisioneiros

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Transporte de prisioneiros

Primeiro, os presos tinham que ir a pé da estação de trem de Weimar até o campo de concentração. Mais tarde, uma estação de trem foi construída pelos próprios presos diretamente em Buchenwald. Os deportados viajavam durante dias, sem comida, em vagões lotados. Muitos não sobreviviam à viagem. A partir daqui, também eram transportadas pessoas para Auschwitz.
Marchando

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Marchando

Os prisioneiros chegavam no campo de concentração marchando através do chamado Carachoweg, passando ao largo dos edifícios da administração do campo e pelo comando militar. As acomodações muitas vezes estavam superlotadas. Dezenas de milhares de pessoas foram submetidas a trabalhos forçados em fábricas de armamentos e outras empresas, muitas vezes sem quaisquer ferramentas e equipamentos.
Despojos

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Despojos

Os prisioneiros tinham que entregar toda a propriedade pessoal, sendo despojados dos seus últimos pertences. Roupas, malas, objetos de uso diário. Às vezes, os integrantes das SS achavam joias, que eram guardadas em grandes quantidades em depósitos como o da foto.
Pequeno campo

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Pequeno campo

O chamado "pequeno campo" foi construído em 1943 como alojamento de transferência, a partir de 12 cavalariças sem janelas. Lá, não havia instalações sanitárias ou camas. Cada cocheira tinha capacidade para 50 cavalos. Agora, tinha que abrigar até duas mil pessoas. Este lugar, separado do resto do campo de concentração por arame farpado, era considerado o lugar de piores condições de Buchenwald.
Pedreira

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Pedreira

Os prisioneiros eram impiedosamente explorados através de trabalhos forçados, dos quais lucravam empresas de construção e da indústria bélica, entre outras. Nesta pedreira, os presos tinham que trabalhar duro. Quem não conseguia suportar o esforço, era fuzilado no local.
Sobreviventes

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Sobreviventes

A partir de 1944, começaram a chegar jovens vindos de campos de concentração do Leste Europeu. Sua sobrevivência dependia da capacidade de suportar trabalhos forçados. Quem era fraco demais, ia para a lista da morte, sendo deportado para Auschwitz. A ajuda de presos adultos salvou muitos da morte certa. Na libertação, 900 dos 21 mil sobreviventes eram menores.
Criança de Buchenwald

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Criança de Buchenwald

Este é Janek Szlajsztajn, uma das crianças libertadas, pouco antes de seguir rumo a um orfanato na Suíça. Cerca de 1.600 crianças e jovens morreram no campo de concentração. Alguns sobreviveram sob a proteção de adultos nos barracões 8 e 66. Eles agora estão espalhados por todo o mundo e, como afirma o diretor do Memorial de Buchenwald, Volkhard Knigge, são a memória ainda viva de Buchenwald.
Reconhecendo o horror

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Reconhecendo o horror

Como em muitos lugares na Alemanha, os moradores de Weimar afirmam que não sabiam de absolutamente nada. O Exército dos EUA decidiu tomar drásticas medidas educativas, obrigando os milhares de cidadãos de Weimar a visitarem o campo de concentração. No pátio do crematório, eles foram confrontados com montanhas de cadáveres.

A libertação

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

A libertação

No início de abril de 1945, a SS começou a retirar os prisioneiros de Buchenwald. O Exército dos EUA não estava muito longe. Milhares de presos foram obrigados a seguir uma chamada "marcha da morte". Os integrantes da SS fugiram. No dia 11 de abril, soldados norte-americanos chegaram ao campo de concentração. O portão deixou de ser uma entrada para o inferno.

Sob os olhos do mundo

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Sob os olhos do mundo

Pouco depois da libertação, a imprensa internacional chegou ao local. Nesta foto, jornalistas norte-americanos visitam o porão do crematório. Estima-se que 56 mil pessoas morreram aqui ou em outros locais do campo de concentração.
Campo especial

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Campo especial

Após a guerra, a Alemanha foi dividida em zonas de ocupação. Buchenwald pertencia à área soviética. Em agosto de 1945, os soviéticos criaram aqui um "campo especial" para supostos nazistas e criminosos de guerra. Muitas suspeitas não se confirmaram. Mesmo assim, os dissidentes passaram a ser perseguidos. Buchenwald voltou a ter interrogatórios, torturas e deportações, desta vez para a Sibéria.
O caminho para a liberdade

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

O caminho para a liberdade

O 'campo especial' soviético em Buchenwald não era um campo de trabalho. Os prisioneiros eram condenados a não terem o que fazer, viviam completamente isolados do mundo exterior. Alimentação e higiene eram desastrosos. Milhares morreram, tendo sido enterrados em valas comuns. Quem tinha sorte, era libertado, como os da foto.
Lembrar e preservar

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE BUCHENWALD

Lembrar e preservar

Em 1950, o campo foi fechado, e sua existência, posteriormente, escondida na Alemanha Oriental. Somente após a queda do Muro de Berlim, esta parte da história foi resgatada. Pilares metálicos marcam hoje as valas comuns descobertas na floresta. O memorial foi todo remodelado, e o trabalho pedagógico ocupa um grande espaço. Buchenwald se tornou um lugar de recordação dupla.